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ALGUÉM CONSEGUE OUVI-LOS? ALGUÉM CONSEGUE VÊ-LOS?

19 de setembro de 2010

Eles estão em todos os lugares… Eles estão ao seu lado… Eles estão conosco quase todos os dias. Nós os cumprimentamos e até os abraçamos às vezes. Mas, no entanto, apesar de conviver com eles e de os chamarmos de “irmãos” eles são invisíveis para nós. Eu estou falando dos nossos irmãos e irmãs que apesar de estar dentro de uma igreja, uma congregação, continuam se sentindo solitários e abandonados como as pessoas solitárias e abandonadas da nossa sociedade. E sabe por quê? Porque esquecemos do verdadeiro papel da Igreja de Cristo. A Igreja deveria ser um lugar de adoração ao Senhor e onde as pessoas pudessem encontrar um porto seguro para poder curar suas feridas emocionais (e até físicas, porque não?), e encontrar refrigério para suas almas. Mas, infelizmente o afastamento da Palavra de Deus tem gerado modelos de igreja que mais tem a ver com os interesses dos homens do que com os interesses de Deus.

A igreja dos homens, alicerçada nos princípios que expressam a natureza pecaminosa da humanidade gerou um tipo de culto centrado na criatura humana, onde a obediência a Deus foi substituída pela rebelião e religiosidade. Nela a graça de Deus e a verdade que liberta não fazem parte do seu “cardápio”. Em seu interior, os discursos vãos que agradam os ouvidos e não alimentam a alma são mais abundantes que os ensinos de Jesus.

Hoje em dia tem se gerado um modelo de igreja onde a espetacularização dos cultos e o profissionalismo dos dirigentes tem substituído o papel que deveria ser do Espírito Santo de Deus. Hoje em dia o amor de Deus e seus mandamentos tem dado lugar a um emocionalismo vazio que apenas dá a ilusão de santidade ao culto e que faz com que as pessoas saiam vazias e com ainda mais feridas de nossas reuniões. Hoje em dia se buscam oportunidades na igreja para mostrar como somos bons cantores ou como sabemos pregar bem a palavra de Deus, ou como nossos teatros e danças conseguem emocionar as pessoas e até arrancar aplausos dos irmãos que estão nos bancos. Quanta ilusão! Isso apenas satisfaz nossos egos, mas não move o coração de Deus, pois como Jesus disse estamos apenas honrando a Ele com nossos lábios, mas nossos corações não estão em Deus. (Mt. 15.8, Mc. 7.6) Em tempos em que parece que estamos nos transformando em “macacos de auditório”, com um tal de “levanta a mão”, “dá um pulinho aí irmão”, “olha pro irmão do lado e fala…”, “pára, pára tudo, vamos louvar com mais intensidade”. Pára, pára tudo… Será que isso é louvar a Deus em Espírito e em verdade? Perdoem-me a sinceridade, mas para mim isso não passa de uma adoração farisaica, que mais uma vez só serve para alimentar nossos egos. Hoje em dia é muito mais fácil fingir que está tudo bem na igreja e tentar tapar o sol com a peneira. É muito mais agradável vivermos a ilusão de que somos “bênçãos” para a igreja. Que fazemos a diferença (mas que diferença?), que fazemos a vontade do Pai (outro engano) e que está tudo bem. Não. Não está tudo bem. Cada dia mais vemos em nossas igrejas pessoas sofrendo e se afastando porque tem se sentido abandonadas, esquecidas, porque a igreja não tem cumprido seu papel de comunidade para o qual foi criada. Porque a cada dia esquecemos os ensinamentos de Jesus, que nos ensinou dois principais mandamentos, que era amar a Deus sobre todas as coisas e aos nosso próximo como a nós mesmos. (Mt. 22.37-40) Já é chegado o momento de acordarmos e assumirmos nosso papel de verdadeiros cristãos, sair da ilha da fantasia em que vivemos e vermos que Deus espera muito mais de nós. É preciso abrir nossos olhos (e ouvidos) para os nossos irmãos. É preciso sentir sua dor e compartilhar o seu sofrimento como se fosse nosso também. Precisamos deixar de lado nossa hipocrisia e aprender a chorar com os que choram (afinal de contas nos alegrarmos com os que se alegram é fácil). É preciso descer do nosso pedestal de super crentes e vivermos como verdadeiros filhos de Deus, que servem a Ele e aos irmãos. Precisamos lembrar que Jesus Cristo não desiste de Sua igreja e nem renuncia ao seu comando. Ele é a cabeça desse corpo que caminha na terra anunciando e repetindo por gerações o seu convite, chamando todos para se voltarem para Deus, assumindo o compromisso de trabalhar em sua comunidade. Mateus 11.2–30. Como corpo de Cristo, a igreja é unidade que age na diversidade de seus membros. De forma articulada e interdependente caminham na mesma direção e dentro de propósitos comuns.

Portanto amados, vamos deixar de lado um pouco nossos egos e vamos começar a nos preocuparmos um pouco mais com os nossos irmãos, pois se não conseguimos nem cuidar dos nossos como iremos cuidar daqueles que estão perdidos? De que adianta nós ficarmos tanto ensaiando hinos, teatros e danças se isso só servir para inflamar nossos egos e nossos corações? De que adianta dizermos que amamos a Deus se não somos capazes de amar nossos irmãos? Certamente seremos vistos como mentirosos por Deus. (1 Jo. 4:20)

Mas ainda há esperança amados. Ainda há aqueles cujo coração não tem se dobrado aos Baais da atualidade. Ainda há aqueles que ao contrario de Ló, estão escolhendo o deserto e as montanhas ao invés das campinas verdejantes. Ainda há aqueles que não se assentam na roda dos escarnecedores, ainda há aqueles que escolheram nadar contra a corrente. Por tudo isso ainda há alguns dispostos a ver, ouvir e ajudar aqueles que precisam de ajuda, ao invés de ficarem alimentando seus próprios egos. Deus seja louvado por isso.

Ao Senhor toda a honra e a glória, para todo o sempre. Somente a Ele. Amém!

Deus abençoe a todos.

Esclarecimento: As opiniões e textos aqui publicados são de exclusiva responsabilidade dos autores destes textos e dos idealizadores e participantes do Projeto Atos 29 Guaporé – Retornando a Essência do Evangelho, e não representam nenhum pensamento ou doutrina das respectivas congregações onde estes congregam.

Um comentário

  1. São fortes e exortativas estas frases, mas também verdadeiras.

    Poço dizer que as compreendi muito bem e espero que todos quantos as leem possam também compreender… compreender não como criticas de irmãos que tb erram, mas como um chamado de DEUS para que venhamos a rever nossos conceitos e mudar radicalmente nosso geito de ser e agir.

    Abraço a todos! Fiquem na Paz!



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